Party: GREEN RAY*15 | Lux curated by MICHAEL MAYER
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O Lux Frágil e a Heineken apresentam:
GREEN RAY*15 | Lux curated by Michael Mayer
☄ Ata
☄ Gudrun Gut
☄ The Orb (live)
☄ Reinhard Voigt (live)
☄ Wolfgang Voigt (live)
☄ Michael Mayer
GUDRUN GUT
Apelida-se de “diletante” a pessoa que é apreciadora de arte ou que se envolve numa determinada área de actividade sem nela investir a dose de esforço habitualmente necessária. Em 2008, a prestigiada revista “The Wire” pôs Gudrun Gut na sua capa e deu-lhe precisamente esse apelido. Pois bem, a Wire estava certa, e não estava. Gudrun revelou-se, desde o seu envolvimento na cena musical Berlinense, em meados dos anos 70, uma viciada na expressão artística sob as mais variadas formas, mas muito longe de ser alguém que não se esforçava pelas mesmas. Para começar, fez parte de uma das primeiras encarnações dos pais do industrial, Einsturzende Neubautenl. Mas sempre curiosa e exploradora, Gudrun cedo mergulhou na pop electrónica de vanguarda fundando a banda Malaria!, famosa na Alemanha dos anos 80, trabalhou em artes visuais, fundou as labels Monika Enterprises e Moabit Musik, e manteve durante vários anos, um programa semanal de rádio em Berlim, o Oceanclub, com um dos pais do ambient e colaborador da Kompakt, Thomas Fehlmann. Além de se ter tornado uma figura umbilical da cena berlinense pelo apoio dado a novos artistas das áreas mais experimentais da electrónica, Gudrun Gut construiu uma reputação como DJ de algo que alguém convencionou chamar de “músicas obscuras”. É nessa qualidade que Gudrun se apresenta nesta Green Ray. Uma outra figura feminina alemã disse um dia que a vida era um cabaret. No caso de Gudrun Gut, a vida é como uma obra de Andy Warhol, em exposição no Lux.
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A “dilettante” is what you call someone who is a lover of Art or someone who gets involved in an area of activity without putting in the effort it usually takes to succeed in it. In 2008, the prestigious magazine “Wired” put Gudrun Gut on it´s cover and called her precisely that. Well, Wired was right but also wrong. Gudrun proved to be, since the start of her involvement in the Berlin music scene in the mid-70s, addicted to artistic expression in a multitude of forms, but far from not putting in the effort. For starters, she was a member of an early incarnation of industrial godfathers Einsturzende Neubauten. But, curious and exploratory as she´s ever been, Gudrun soon tried her hand at experimental electronic pop, putting together the band Malaria!, well known in Germany in the 80s, then dabbling in visual arts, and founded the Monika Enterprises and Moabit Musik labels. For many years she also kept a weekly radio show in Berlin called Oceanclub, along with ambient mastermind, Kompakt collaborator and member of The Orb, Thomas Fehlmann. Besides being a sort of mother figure to the Berlin scene, mainly through her constant support of new artists in the more experimental areas of electronica, Gudrun Gut has built a steady reputation as a DJ, playing something someone decide to call “Musicas Obscuras”. It´s in this role that Gudrun in on this line-up. Another famous female in german arts once sang “life is a cabaret”. For Gudrun Gut, life is an Andy Warhol piece, tonight in exhibition at Lux.
REINHARD VOIGT
Ter um familiar mais velho famoso pode as vezes ser uma espécie de condenação para alguém a tentar fazer pela vida, face às expectativas que recaem sobre quem tenta seguir as pisadas do dito. No caso de Reinhard Voigt, o irmão mais novo de Wolfgang Voigt, é justo dizer que as expectativas são superadas há mais de 15 anos. De tal maneira que ambos os manos Voigt são vistos igualmente como figuras fundadoras e fundamentais do techno minimal, muito por conta do seu trabalho na Kompakt do curador desta Green Ray. Apesar destes diversos pontos de contacto, inclusive uma certa fixacão por sons mais ácidos, Reinhard tem sido de certa forma aquele que de entre os dois mais tem arriscado com abordagens feitas mais “pela esquerda” à música dança, exibindo credenciais mais experimentalistas de nota, que trouxeram à Kompakt um bem-vindo sentido de transgressão. Ainda assim, Reinhard é um apreciador de coisas simples e sempre com os olhos nos rudimentos da arte de fazer dançar. Ele sabe que, fim de semana após fim de semana, é o bom e fiel bass drum que continua a unir-nos dancefloor. Toda a ciência por trás da simplicidade de um bom kick, é aquilo que Reinhard Voigt pretende ensinar-nos nesta Green Ray.
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Having an older, famous family member, can many times be a sort of curse for a younger sibling trying to have his way in life. such can be the expectations laid upon him if he tries to follow his predecessor. With Reinhard Voigt, Wolfgang Voigt´s younger brother, it´s fair to say that those expectations have been consistently exceeded for over 15 years now. In fact, both brothers are seen as equally vital and pioneering figures in minimal techno, a lot of that due to their work with this evening´s curator label, Kompakt. Aside from many parallels in their work (for example, a love of acid house), Reinhard actually seems at times like the most off-centre, leftfield of both brothers, with experimental diversions of note in his work, bringing to the Kompakt body of work a certain transgressive flavor. Still, Reinhard is a lover of simple things, his sight always set in the basics of what makes us dance. He knows that weekend after weekend, it´s that good old bass drum that brings us together on the dancefloor. And this is what Reinhard Voigt should be able to show us tonight : the simple science behind that kick that moves you.
WOLFGANG VOIGT
Num cartaz com um peso da história tão poderoso como o desta Green Ray, Wolfgang Voigt é quase uma disciplina à parte em si mesmo. Co-fundador da Kompakt com Michael Mayer e Jurgen Paape, e um dos seus colaboradores mais frequentes, Wolfgang começou por ser figura de proa do acid-techno alemão dos primórdios dos 90s enquanto Mike Ink, encarnou a essência do techno minimal enquanto Studio 1, e revolucionou o ambient-techno e o dub-techno com o seminal projecto GAS. Wolfgang Voigt até podia ter pendurado as botas há mais de 10 anos, que já teria encontro marcado com eternidade electrónica. Mas continua a agitar águas com genialidade e consistência, seja na Kompakt ou noutros selos estruturantes da electrónica como a Warp ou a Raster-Noton. É quase impossível imaginar CV tão distinto, variado e histórico como o de Wolfgang Voigt. Mas, belisquem-se que é mesmo verdade, uma das maiores eminências da electrónica vai estar no Lux. Perder esta oportunidade é como ir a Roma e não ver o Papa.
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In a line-up with as much History as the one presented in this Green Ray, Wolfgang Voigt is basically a learning subject by himself. Kompakt co-founder, along with Michael Mayer and Jurgen Paape and one of it´s most frequent creators, Wolfgang started out as a major force in acid-techno as Mike Ink, then defined the essence of minimal techno as Studio 1, and revolutionized ambient-techno and dub-techno with his seminal project GAS. Even if Wolfgang Voigt had stopped creating new stuff 10 years ago, his date with electronic eternity is more than set. Yet he is still an agitator, with genius and consistency, whether it´s on Kompakt or other foundational labels in electronic music such as Warp or Raster-Noton. It´s quite impossible to even fathom a CV as distinguished as Wolfgang Voigt´s. But yes, you can pinch yourselves, it´s true. One of electronic music´s most eminent figures will be at Lux and missing out is like going to Rome and not seeing the Pope.
MICHAEL MAYER
Se há algo na música de dança que se assemelhe a uma “marca”, é a Kompakt. “Marca”, no sentido de que ao fazer-se-lhe referência, as pessoas imediatamente lhe associam um som e um certo nível (e bem alto), de qualidade. Foi isto que Michael Mayer construiu, em conjunto com Wolfgang Voigt e Jurgen Paape. E portanto, hoje em dia, Mayer pode atirar numa qualquer conversa de café “a minha editora criou um som, inventou um género. E a tua?”. E isto não aconteceu por caso. Vista que farda vestir, DJ, produtor, remixer, mentor de editora, patrono das artes, Michael Mayer veste-a com distinção e brilho, consistentemente, há décadas. É exaustivo enumerar os seus feitos, pelo que basta dizer que a presença de Mayer num cartaz ou selo, comanda logo uma dose de respeito e confiança ímpares. Portanto, mesmo que os nomes que ele escolhesse para esta Green Ray fossem de totais desconhecidos, podíamos estar descansados quanto a uma noite de excepção. Afinal de contas, ele define-se como um entertainer e um educador. Michael é também um amigo do Lux, tão parte da sua história como da música de dança em geral, pelo que dizemos, Michael Mayer “fur Immer” ou seja, para sempre.
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If there´s such a thing in electronic music as a “brand”, it´s Kompakt. “Brand” in the sense that, when you mention the name, people immediately associate it with a certain type of sound and usually very high quality control. And Michael Mayer was the one who built it, along with Wolfgang Voigt and Jurgen Paape. And that´s why nowadays, even sitting at a café, Michael can confortably ask “well, my label started a sound, defined a genre. What about yours?”. It didn´t happen by luck. Whatever hat he puts on, he wears it well : DJ, producer, remixer, label-head, sponsor of the arts… and he´s been doing it for decades. It would be overwhelming to count his achievements, but it´s safe to say that simply seeing his name on a line-up and as curator, is an unbeatable quality seal, commanding respect and trust. Even if the names for this Green Ray were total unknowns, we could be sure about an exceptional night of music. After all, Mat«yer defines himself as not just an entertainer but also an educator. He´s also an old friend of Lux, as much a part of our history as of dance music´s history, and that´s why we say, “Michael Mayer für immer”, that is, forever.
THE ORB
Um dos fenómenos curiosos na electrónica em 2014, foi um certo ressurgimento do interesse pelo “ambient”. De repente, voltava-se a falar dos “chill out rooms” quase obrigatórios nas festas dos anos 90, e dos sons que lhes serviam de banda sonora. E não falamos dos sons mais adequados para lobbies de hotel ou pores do sol em Ibiza, mas de sons expansivos, viajantes, enleantes e infinitos, como aqueles de que os The Orb foram pioneiros e os responsáveis maiores pela sua popularização. Sob a batuta do “Dr” Alex Patterson, com a prestimosa colaboração de figurões como Jimmy Cauty (fundador dos The Orb e mais tarde dos The KLF), Thrash, Youth (baixista dos Killing Joke e produtor de quase tudo de Pink Floyd e U2 a Depeche Mode e Primal Scream), e ainda e até hoje, Thomas Fehlmann, desfilam obras estruturantes de uma certa forma de fazer electrónica ambiental : A Huge Ever Pulsating Brain... , The Orb´s Adventures Beyond The Ultraworld, Little Fluffy Clouds, Pomme Fritz, e ainda muito fica por dizer. O que não deixa nada por dizer é o monumento sonoro erigido por The Orb, espécies de “pirâmides do Egipto” do chill out e do ambient. Exploração, conhecimento ou re-descoberta obrigatórios de verdadeiras lendas vivas, nesta Green Ray.
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One interesting phenomenon in electronic music in 2014 was a renewed interest for “ambient” music. All of sudden, fans were again talking about the chill out rooms so common in early 90s raves, and the music that served as their soundtrack. But we don´t mean the music playing in hotel lounges or in Ibizan cafés at sunset. This is about expansive, enveloping, journey-like, infinte soundscapes. like the one The Orb pioneered and popularized. Under the rule of Dr. Alex Patterson, with the invaluable contribute of luminaries like Jimmy Cauty (founder of The Orb with Patterson, but also of The KLF), Thrash, Youth (Killing Joke bassist and producer of everyone from Pink Floyd and U2 to Depeche Mode and Primal Scream) and, always and forever, Thomas Fehlmann, a veritable parade of ambient electronica defining masterpieces were created : A Huge Ever Pulsating Brain... , The Orb´s Adventures Beyond The Ultraworld, Little Fluffy Clouds, Pomme Fritz… and so much more to say. In any case, The Orb´s veritable monuments of sound leave nothing unsaid. Like some sort of pyramids of Egypt of chill out and ambient, exploring, knowing or rediscovering The Orb is mandatory for this Green Ray.
ATA
Três letras apenas definem entidades tão marcantes como a editora Playhouse ou o club e label Robert Johnson (que ja teve até direito a uma label night no Lux) : Ata. É este germânico de ar descontraído e bon-vivant que está por trás de todos eles e através deles gravou e grava uma assinatura indelével na cena house e techno alemã. Tal como o curador desta Green Ray, Ata é, mais do que um DJ, um patrono e influenciador musical, pelo que de certa forma se pode considerar uma alma gémea de Michael Mayer. Consta também que além de DJ de mérito, é um gastrónomo e cozinheiro de primeira água. Observe-se quem já editou na Live At Robert Johnson, por exemplo (Dixon, Prins Thomas, Roman Flugel, Ivan Smagghe) e fica-se com uma excelente ideia das iguarias passíveis de constar do menu de Ata. Ou seja, selecção, confecção e “pratos”, é com ele. Trata-se portanto de uma presença que garante que nem que seja por uma noite, o Lux figurará certamente num qualquer Guia Michelin da música electrónica. Quantas estrelas para Ata? Todas.
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With three letters only, we can define landmark entities like the Playhouse label of the Robert Johnson club and label (subject of a Lux label night not long ago) : Ata. This relaxed looking german bon-vivant is the guy behind all of this and has placed his indelible signature in a lot of what makes the german techno and house scene what it is. Just like this evening´s curator, Ata is, beyond being a DJ, someone who nurtures and influences music and artists, which makes him a sort of soul brother to Michael Mayer. Besides being a DJ of considerable merit and repute, Ata is reportedly an avid gastronomer and exceptional cook. If you look at the names who´ve worked with Live At Robert Johnson (Dixon, Prins Thomas, Roman Flugel, Ivan Smagghe), and you get an idea about the musical delicacies in Ata´s menu. Which means, he´s all about selection, preparation and presentation. Ata´s presence in the Green Ray night leaves us confident that Lux will get a spot in the Michelin Guide of music. And how many stars will Ata get? All of them.
Textos Nuno Mendonça
Invited: Boris Kourtev, Ines Freire, Diogo Ramalho, Filipa Grenho, Duarte Loureiro Borges, Eric Henriques, Joana Antunes, Gonçalo Raposo De Magalhães, João Bernardo da Luz, José Tiago Ambrósio, David Siqueira Magboulé, Seren Coşkun, Catia Leitao, Tomás Abecasis, José Estêvão Cordovil, Filipa Teixeira, Dúdú Parxal, Hugues Joël de Bourgogne, An Recio, Kakah Akhenaton, Marisa Torres Da Silva, Pedro Costa, Francisco Pavão Nunes, Paulo Castro, Chrissie Salz, Tiago De Matos Ribeiro, Tiago Trovão, Tiago Rochinha, Maria João Pires, Rita Laires, Pedro Filipe Rodrigues, José Miguel, Ricardo Mariano, Mariana Rola, António Carvalhão, Maria Ines Santos Gomes, Nuno Janeiro Guilherme, Maria Castello Branco, Filipe Rodrigues, Paulo Quinha, Filipe Ávila Galvão, Luis Silva, Luis Dias, João Abreu, Cristina Lacerda, Roxana Avram, Marta Matos Lopes, José Raimundo, Elsa Madeira, Rox de Fox, Patrícia Fernandes, Afonso Coruche, Francisco Palla Neves, Carolina Mesquita E Carmo, Silvia Neves Figueiredo, Pedro Juggling, RJ Milho, Gonçalo Tavares Antunes, Joao Rafael Gonçalves, Leocadia Jurado, Tiago Valente Dos Santos, Ruben Gomes, James Bell, Catarina Villeblanche, Mário Valente, Hugo Fernandes, Joyce Mendonça, Luisa Pena, Sara Medeiros Martins, Di Ramos, Oriol Galdón Ebro, Mafalda Freire, Jorge Mariño, Inês Saudade E Silva, Jorge Machado, Chen Zen, Pedro Macieira Durão, David Gama, Mário Tengner Figueiredo, Joana Morgado De Matos, Jorge Luz, Miguel Lourenço, Bruno Guerreiro, Nuno Merca, Andreia Filipa Torres, Inês Guerra, Patrick Figueiredo, Filipe Cabrita, Vera Cordeiro, Filipa Cravo, Joana Silva Carvalho, Rita Borges, Débora Cavalheiro, Milanka Almeida, Tânia Suzano da Silva, Diogo Vicente, Mariana Colaço, Benedetta Ludovisi, Ágata Ribeiro, Özge Güneysu show more »