Party: Pional
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Esqueçam o ditado que menospreza tudo o que tem origem espanhola. Miguel Barros, madrileno, é há mais de uma mão cheia de anos Pional e não é a sua estreia connosco, mas é um regresso que a isso saberá para os fãs recém conquistados. Um homem sem complexos de admitir que a sua música cruza algo de Pop com o Deep House mas, afirmamos nós, sem nunca cair na nova vaga do “Deep”-qualquer-coisa que descaracterizou e comercializou o género. Pelo contrário, tudo o que Pional acrescenta, traz valor. Notam-se as influências iniciais declaradas de campos como os da Border Community, editora de James Holden, mas também as dos heróis de Detroit. Parceiro de várias aventuras com John Talabot, encontrou na Hivern Discs, do mesmo, porto seguro para as suas deambulações de estúdio – mas também na Young Turks ou na Permanent Vacation. E nas cabines não tem medo de arriscar com a sua mescla muito própria de música que não descura a alma mas não foge dos pés, ritmos simples e certeiros com grandes sintetizadores e laivos de voz, nos momentos certos, um resultado que nos eleva numa busca que pode bem ir mais além da satisfação do momento. É essa elevação do público que resulta do trabalho dos DJs memoráveis, um expandir de consciência colectiva. Havendo vários caminhos para a alcançar, o de Pional parece querer obrigar-nos a ir com ele trilho fora, até não haver volta a dar.
— Inês Duarte